quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO


O que é? 
Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma doença inflamatória de causa desconhecida.
Para que se desencadeie a doença, agentes externos desconhecidos (vírus, bactérias, agentes químicos, radiação ultravioleta) entram em contato com o sistema imune de um indivíduo que está com vários genes erradamente induzindo produção inadequada de anticorpos. Estes anticorpos são dirigidos contra constituintes normais (auto-anticorpos) provocando lesões nos tecidos e também alterações nas células sanguíneas. 
É uma doença razoavelmente comum no consultório dos reumatologistas. Melhor conhecimento médico e avanço em métodos diagnósticos devem ser os motivos pelos quais o LES tem sido diagnosticado com mais freqüência e seu prognóstico é muito melhor do que há 15 anos atrás. Atinge principalmente mulheres (9:1) em idade reprodutiva, iniciando-se mais comumente entre 20 e 40 anos. Pode ser bastante benigno até extremamente grave e fatal.

O que se sente?
As manifestações clínicas são muito variáveis entre os pacientes. As queixas gerais mais freqüentes são mal-estar, febre, fadiga, emagrecimento e falta de apetite, as quais podem anteceder outras alterações por semanas ou meses. Os pacientes já poderão estar sentindo dor articular ou muscular leve e apresentando manchas vermelhas na pele que passam por urticária. As alterações mais freqüentes ocorrem na pele e articulações.

Pele e mucosas
Há muitos tipos de lesão cutânea no LES. A mais conhecida é a lesão em asa de borboleta que é um eritema elevado atingindo bochechas e dorso do nariz. Manchas eritematosas planas ou elevadas podem aparecer em qualquer parte do corpo.  Muitos pacientes com LES têm sensibilidade ao sol (foto-sensibilidade). Assim, estas manchas podem ser proeminentes ou unicamente localizadas em áreas expostas à luz solar. Outras vezes, as lesões são mais profundas e deixam cicatriz (Lúpus discóide). Começam com uma escamação sobre a mancha eritematosa. Com o passar do tempo a zona central atrofia e a pele perde a cor, ficando uma cicatriz que pode ser bastante desagradável.

Há casos de lúpus discóide em que nunca haverá outros problemas, isto é, não haverá lúpus sistêmico. Estes pacientes devem ser seguidos com atenção pois não há como acompanhar a evolução sem exame físico e laboratorial.

Queda de cabelo é muito freqüente. Os fios caem em chumaços e muitos são encontrados no travesseiro. É sinal de doença ativa. Apesar de não serem freqüentes, são úteis para o diagnóstico o aparecimento de feridas dentro do nariz, na língua e na mucosa oral. 

Aparelho locomotor 
A grande maioria dos pacientes tem artrite. Esta costuma ser leve e melhorar rapidamente com tratamento. Entretanto, há poucos casos em que aparecem lesões destrutivas que podem ser bastante graves. O uso de corticóide por longo tempo (que muitas vezes é indispensável) pode provocar, em cerca de 5% dos pacientes, necrose em extremidade de ossos longos, principalmente fêmur. Tendinites ocorrem com freqüência e podem acompanhar as crises de artrite ou se manifestarem isoladamente. Regiões não habituais como tendão de Aquiles podem incomodar por bastante tempo. Poucas vezes há lesões graves. Lúpus crônico pode provocar deformidades nas mãos que lembram artrite reumatóide.

Miosite (inflamação das fibras musculares) não é um evento comum, mas pode ser grave e confundir com outras doenças musculares. Dor muscular discreta pode ocorrer e não é preocupante.

Rins
É muito freqüente haver glomerulonefrite lúpica. Felizmente, a maioria dos pacientes sofre de lesões leves e não progressivas, sendo sua única evidência discretas alterações no exame de urina, ou apresentam lesão renal que responde muito bem ao tratamento. Quando há proteínas, hemácias, leucócitos e vários tipos de cilindros no exame de urina e aumento da creatinina no sangue estamos diante de uma situação grave mas de modo algum sem solução. O aumento da pressão arterial é indicativo de gravidade.

Sistema nervoso
Raízes nervosas periféricas e sistema nervoso central (SNC) em conjunto estão comprometidos em mais da metade dos pacientes com LES. Dor de cabeça, mais do tipo enxaqueca, é a manifestação mais comum quando há inflamação do sistema nervoso central. Como é uma queixa muito freqüente na população normal, muitas vezes não é valorizada.

Não raramente outras manifestações que podem aparecer são:
            Neurite periférica (ardência, formigamento, queimação, perda de força)
            Distúrbios do comportamento como irritabilidade, choro fácil, quadros mais graves de depressão e mesmo psicose.
            Convulsões (pode ser a primeira manifestação em crianças).
            Coréia (movimentos involuntários e não coordenados de membros superiores e inferiores), muito mais raro. 

Há uma regra que deve ser seguida obrigatoriamente em "neurolúpus": descartar a possibilidade de haver infecção. Outro detalhe que deve ser observado é ansiedade e depressão que ocorrem em pessoas com doença crônica (e que pode ser grave) e com problemas estéticos provocados pela dermatite ou uso de corticóide. 

O síndrome anti-fosfolípide pode ser uma entidade isolada ou acompanhar o LES. Ocorrem trombos em veias e artérias de qualquer tamanho, provocando embolias. A ocorrência de microtrombos no cérebro provoca infartos pequenos com manifestações pouco observáveis de início. Pode ser uma causa de grave repercussão do LES no SNC. Quando os trombos se instalam na placenta são causa de abortamento.

Coração
Inflamação isolada da membrana que envolve o coração (pericardite) não é rara e é facilmente resolvida. Lesões graves em válvulas, inflamação do miocárdio e das coronárias não são freqüentes. Palpitações, falta de ar e dor no precórdio são sinais de alerta. Podem estar presentes desde o início da doença.

Pulmões
Mais da metade dos pacientes sentem dor nas costas ou entre as costelas devido à inflamação da pleura. Quando é leve, só aparece ao respirar fundo e a radiografia pode ser normal, isto é, sem derrame. Piorando, a dor fica mais forte e a respiração mais difícil e acompanhada de tosse seca. Também ocorrem inflamação nos alvéolos (cuidado com infecção ao mesmo tempo) e nas artérias (raro e muito grave).

Vasos
É muito freqüente no LES os pacientes estarem com mãos frias que, quando em contato com superfície gelada ou quando a temperatura ambiente é baixa, passam de pálidas para roxas (cianose) e por vezes com dor na ponta dos dedos. Chama-se fenômeno de Raynaud. Pode ocorrer em pessoas que nunca terão a doença mas pode preceder por anos as outras manifestações de LES ou outras doenças inflamatórias auto-imunes. Inflamação de vasos chama-se vasculite. Dependendo da intensidade da inflamação haverá de manchas eritematosas até pontos de gangrena na região irrigada pelos vasos comprometidos.

Olhos
Conjuntivite ou outras manifestações são pouco comuns. Uma complicação grave são trombos no fundo do olho na presença de síndrome antifosfolípide.

Aparelho digestivo
Complicações graves são muito raras. Os medicamentos são a causa mais freqüente das queixas tipo azia, dor abdominal e falta de apetite. Em poucos pacientes aumentam as enzimas hepáticas, mostrando haver inflamação no fígado. Nesta situação, deve-se sempre descartar a concomitância de duas doenças e procurar infecção viral.

Sangue
Anemia leve é muito comum e é controlada com o tratamento habitual da doença. Piora em pacientes mais graves e quando há insuficiência renal. Anticorpos dirigidos diretamente contra glóbulos vermelhos podem ser de difícil controle; ocorre em menos de 20% mas pode ser uma forma de início do LES e, como o tratamento com corticóide em dose alta mascara outras manifestações, o diagnóstico pode não ser percebido. Pode haver queda importante de glóbulos brancos (risco de infecção) e de plaquetas (risco de sangramento). 

Como é feito o diagnóstico? 
O diagnóstico do LES é feito através da associação de dados clínicos e laboratoriais. O médico precisa lembrar-se do lúpus e há algumas pistas que auxiliam bastante mesmo quando as manifestações clínicas são pobres. Mulher em fase de reprodução (crianças e mulheres depois da menopausa também têm lúpus) com dor articular, sensação de estar doente, emagrecimento, "urticárias" de repetição, queda de cabelo, fenômeno de Raynaud, exames antigos com alterações tipo glóbulos brancos baixos, alterações na urina, anemia não explicada podem ser manifestações de início da doença.

A pesquisa dos anti-anticorpos é utilizada para diagnóstico e alguns deles para acompanhamento da doença:
            FAN (fator antinuclear) é o mais freqüente.
            Anti-dsDNA é sinal de doença ativa e geralmente com doença renal.
            Anti-Sm não é muito freqüente mas, quando presente, confirma o diagnóstico. 
A utilização clínica da presença destes auto-anticorpos e de vários outros é extremamente útil. Deve ser feita pelo reumatologista, pois, não são específicos, isto é, aparecem em mais de uma doença e a combinação da presença de um ou mais auto-anticorpos com a clínica é que permite que se chegue a um diagnóstico.

Na tabela a seguir estão os critérios do Colégio Americano de Reumatologia de 1982 modificados. Deve ser utilizada por médicos.
  1.       Erupção malar: Eritema fixo plano ou elevado sobre as regiões malares e dorso do nariz.
2.         Lesão discóide: Placas eritematosas com escamação aderente, comprometimento dos pelos e cicatrização com atrofia.
3.         Foto-sensibilidade: Erupção cutânea que aparece após exposição à luz solar.
4.         Úlceras orais: Ulceração de nasofaringe ou boca vista por médico.
5.         Artrite: Não erosiva comprometendo duas ou mais articulações periféricas.
6.         Serosite: Pleurite documentada por médico; pericardite documentada por ECG ou médico.
7.         Desordem renal: Proteína na urina maior do que 500mg por dia ou +++ em exame comum; cilindros de hemácias, granulosos, tubulares ou mistos.
8.         Desordem neurológica: Convulsões ou psicose na ausência de outra causa.
9.         Desordens hematológicas: Anemia hemolítica, menos de 4000 leucócitos/mm3 em 2 ou mais ocasiões, menos de 1500 linfócitos/mm3 em 2 ou mais ocasiões, menos de 100.000 plaquetas/mm3 na ausência de outra causa.
10.       Desordens imunológicas: Anti-DNA positivo ou anti-Sm positivo ou falso teste positivo para lues (sífilis) por mais de 6 meses com FTA-ABS normal.
11.       FAN positivo:  Na ausência de uso das drogas que podem induzir lúpus. 

Para que se faça diagnóstico de lúpus são necessários quatro critérios ou mais. Para utilizarmos pacientes em um trabalho de pesquisa devemos seguir à risca a soma dos critérios. Na prática, se tivermos dois ou três critérios "fortes" como artrite, dermatite e FAN e não encontrarmos outra doença fazemos o diagnóstico e tratamos pois tratamento eficaz e precoce sempre leva a melhor prognóstico. 
Como é o tratamento?
Mesmo havendo protocolos internacionais para o tratamento de doenças complexas como o LES, cada paciente tem a sua história. Sabemos qual o melhor medicamento para cerebrite, nefrite, dermatite, mas os resultados são individuais. O tratamento do lúpus não é um esquema pronto para ser executado e as características de cada caso ditarão o que se deve fazer, tornando-o artesanal. Os medicamentos utilizados podem provocar efeitos colaterais importantes e devem ser manejados por profissionais experientes. 
Os pacientes devem estar alertas para os sintomas da doença e para as complicações que, embora raras, podem aparecer. Se forem prontamente manejadas é muito mais fácil solucioná-las. Naturalmente, não é nossa intenção instruir o tratamento do LES. Este deve ser feito por médicos experientes e os pacientes não devem modificá-los sem orientação.

Perguntas que você pode fazer ao seu médico 
A doença tem cura?
Qual a finalidade do tratamento? 
O tratamento é esta receita somente ou devo repetí-la? 
Há interferência com outros remédios que estou usando? 
Quais os efeitos colaterias? Devo fazer exames de controle? 
Existem problemas com obesidade? 
Qual a importância de exercícios e repouso? 
Que cuidados devo ter com meus hábitos diários, profissionais e de lazer? 
Existem problemas com o uso de anticoncepcionais? Com gravidez? 
Existem problemas com exposição ao sol e luz fluorescente? 

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Plantas que atraem pássaros

Os pássaros são animais interessantes que atraem pela beleza e canto de cada espécie. Por admiração, algumas pessoas costumam criá-los em gaiolas, cultivar plantas, alimentos e abrigos que possam atraí-los  para construírem seus ninhos. Sendo assim, parecemos mais próximos da natureza através da paz e tranquilidade que eles proporcionam. Cada ave tem preferências e características próprias, que devem ser respeitadas na hora da escolha da planta. Por ter mais espaço é possível plantar grande número de plantas ornamentais em "lugares abertos", tais como: parques, jardins e canteiros ajardinados. O florescimento contínuo das plantas durantes todas as estações do ano favorece a diversidade da avifauna atraindo muitos pássaros que apreciam seus frutos e sementes.

Alguns pássaros visitam as flores regularmente para se alimentar de néctar (nectarívoros), partes florais (fitófagos) e insetos que vivem nas flores (insetívoros). Quando se alimentam do néctar de alguma flor, mantém contato com o pólen em alguma parte do corpo, geralmente a cabeça, e logo após o contato com outra flor atuam como polinizadores. Outros se alimentarem de frutos (frugívoros), sementes e grãos (granívoros) e atuam como dispersores, após a defecação ou seleção do alimento. Pássaros frugívoros possuem grande percepção visual e se alimentam de sementes muitas vezes bem pequenas. Frutos doces e coloridos são os mais convidativos. Os pássaros onívoros, como o pardal, são os que possuem dieta variada a partir de diversos tipos de alimentos, tanto vegetal como animal. 

Muitos pássaros brasileiros são considerados como domésticos, sendo comum encontrá-los em ambientes urbanos ou antropizados, entre eles estão: sabiá, sanhaço, tico-tico, canário-da-terra, beija-flor, pardal, rolinha, bem-te-vi, bigodinho, caboclinho, trinca-ferro, azulão, pintassilgo, entre outros. Atrair os pássaros com alimentos é uma prática muito comum. O beija-flor é um dos pássaros que mais são atraídos nos centros urbanos; as pessoas costumam manter bebedouros com água açucarada, pendurados em árvores ou ganchos. Mas é preciso ter cuidado, pois caso a água não seja trocada diariamente e fermentar, poderá causar sua morte. Alguns pássaros como os sanhaços são atraídos com frutas como mamão e banana.

Aprenda algumas dicas para conquistar os pássaros

1. Instale a bandeja do comedouro em altura suficiente para que não possa ser acessada por intrusos como cães, gatos e outros.

2. Escolha um local próximo a uma árvore para que os pássaros tenham sombra e um ponto de abrigo.

3. Água, arroz, migalhas de pão, sementes e frutas podem fazer parte do cardápio. Abacate, mamão, banana e goiaba estão entre as frutas mais apreciadas.

4. Uma vez iniciada, a prática de oferecer alimentos não deve ser interrompida abruptamente. Principalmente nas cidades, os visitantes se acostumam com o alimento fácil à disposição e podem sofrer com a falta.

5. Higienizar bem o comedouro e eventuais recipientes é muito importante. As garrafinhas com água e açúcar para beija-flores exigem atenção especial. É preciso lavá-las semanalmente com água e cloro, além de trocar a água todos os dias.
6. Ter um quintal ou mesmo um canteiro já é o suficiente para plantar uma árvore frutífera que vai atrair os pássaros. Pitangueira, abacateiro, goiabeira, ameixeira e amoreira são algumas boas opções.
7. Mesmo a varanda de um apartamento pode ser um espaço propício para a visita de pássaros. A dica é ter um arbusto frutífero ou florífero em um vaso.
8. Beija-flores gostam de espécies floríferas como escova-de-garrafa, grevílea-anã, ipê e sanquésia, por exemplo.
9. Uma grevílea-anã em flor corresponde ao mesmo que uma garrafinha de água com açúcar por dia. Generosa, ela floresce quase o ano todo.
10. A arborização de parques, avenidas e jardins públicos pode ser feita com espécies que atraem os pássaros. Cada um pode influenciar no destino da vizinhança e do bairro para transformar a cidade em um ambiente mais amigo dos pássaros.  


Algumas árvores frutíferas e as espécies de pássaros que elas atraem:

Acerola: atrai sanhaços, saíras, sabiás









Abacateiro: atrai sabiás, sanhaços, jacus, pica-paus







Amoreira: atrai sabiás, sanhaços, bem-te-vis, saíras






Bananeira: atrai tico-ticos, sanhaços, sabiás, saíras









Cajueiro: atrai sabiás, sanhaços, saíras, periquitos, papagaios






Caquizeiro: atrai saíras, sabiás, bem-te-vis, jacu, como o da foto acima


Figueira: atrai tucanos, periquitos, jacus tico-ticos, tangarás







Gabirobeira: atrai sanhaços, sabiás, saíras







                    Goiabeira: atrai periquitos, sanhaços, sabiás, tiés, saíras







Jabuticabeira: atrai periquitos, sanhaços, saíras, sabiás






Mamoeiro: atrai tucanos, sabiás, sanhaços, pica-paus


Pitangueira: atrai sabiás, bem-te-vis, jacus, saíras, arapongas







Conheça algumas espécies de pássaros que visitam ou vivem em centros urbanos em busca de alimentos e abrigo:

Notiochelidon cyanoleuca - As andorinhas são exímias voadoras. Encontradas em várias regiões do mundo, vivendo em bandos, sempre muito próximas das árvores e de várias plantas, alimentam-se basicamente de insetos. Nas cidades, pousam geralmente na fiação da rede elétrica e nas antenas de aparelhos eletrônicos.



ARARAS: voam diariamente muitos quilômetros na busca de frutos, principalmente de diversas palmeiras. Para o ninho, escavam os estipes dos buritis (Mauritia flexuosa).






ARARA AZUL- Anodorhynchus hyacinthinus, tem preferência pelas castanhas retiradas de cocos da palmeira acuri (Scheelea phalerata) e bocaiúva (Acrocomia sp). Quase todos os ninhos são escavados nos estipes do manduvi (espécie de árvore gigante e frágil, quase sempre completamente oca, cujos galhos se quebram com facilidade, mas onde as araras nidificam predominantemente).
ARARA-AZUL-DE-LEAR- Anodorhynchus leari, é encontrada em áreas de canyons e rochedos. Sua principal fonte alimentar provém de sementes das palmeiras conhecidas por licuri (Syagrus coronata e S. picrophylla).
ARARA-AZUL-GRANDE- habita áreas de buritizais em matas ciliares e cerrados adjacentes, alimentando-se também de sementes de acuri e bocaiúva.


 ARARINHA AZUL- Cyanopsitta spixii, aprecia as sementes de buriti (Mauritia flexuosa).









ARARAJUBAS: Aratinga guarouba - apreciam sementes e frutos oleosos, principalmente da palmeira buriti.





AZULÃO: Passerina brissonii - habita bordas de matas e florestas ralas; é onívoro, consumindo sementes de capim, pequenas frutas silvestres e vários insetos.





BEIJA-FLORES: são atraídos por flores coloridas, geralmente tubulosas, e produtoras de néctar, seu principal alimento, porém completam sua dieta comendo insetos em flores ou em vôos rápidos. Seu bico arrojado permite beber diretamente do nectário floral sem precisar pousar. Entre todas as espécies de beija-flores do Brasil o tesourão é o mais comum. As flores mais visitadas por eles são das seguintes espécies vegetais: caliandra, hibisco, lanterna japonesa, lanterna chinesa, brinco de princesa,  camarão vermelho, camarão amarelo, ixora.


  

BEM-TE-VI: Pitangus sulphuratus - seu nome popular é onomatopéico, pois seu canto imita um chamado, dando a impressão de cantar seu próprio nome: "bem-te-vi, bem-te-vi". Seus principais alimentos são frutas de pessegueiro, ameixeira, romãzeira, mangueira, pitangueira, uvaia, goiabeira, jabuticabeira, araçazeiro, amoreira e figueira e insetos, mas não dispensam algumas sementes.



BICO-DE-LACRE: Estrilda astrid - restrito aos ambientes urbanos ou antropizados se alimenta das sementes do capim colonião africano, o que condiciona sua distribuição.






BICUDO: Oryzoborus crassirostris, O. magnirostris e O. gigantirostris - costumam pousar no último galho da árvore mais alta do local onde se encontram, imitando em seu canto o som de flauta. O bico robusto e cônico é próprio para esmagar sementes.



CABOCLINHO: Sporophila palustris - é o menor pássaro canoro brasileiro. Habita várzeas à procura de sementes de capim verde, entre outros, especialmente o capim de flor amarela e o colonião.





CAMBACICA: Coereba flaveola - visitante de parques e jardins, disputa o alimento das flores com o beija-flor. Diferencia-se no modo de obter o néctar, agarrando-se à corola das flores e com o bico curvo e pontiagudo perfura o cálice, atingindo assim os nectários. Completa sua dieta alimentando-se de artrópodes.

CANÁRIO BELGA: São pássaros granívoros e, portanto, as sementes representam a parte mais importante de sua dieta.







CANÁRIO DA TERRA: Sicalis flaveola - o pássaro canoro mais popular do Brasil, come de tudo, principalmente sementes, podendo ser alpiste, painço amarelo, linhaça e se adapta com facilidade a qualquer tipo de ambiente.

CARDEAL: Paroaria coronata - encontrado em campo aberto com árvores altas, capões de mato e beira de rios. Onívoros, sua dieta é composta de grande variedade de sementes, insetos e frutinhas, mas em época de reprodução, seu regime alimentar passa a ser exclusivamente insetívoro, que se prolonga por mais alguns dias após o nascimento dos filhotes.
COLEIRINHA/COLEIRO: Sporophila caerulescens - habita áreas antrópicas (pomares, pastos, praças das cidades), brejos, capoeiras e restingas, sendo encontrado empoleirado em arbustos ou agarrados em talos das inflorescências de gramíneas, alimentando-se de sementes do capim ou que estão no chão.


CURIÓ: Oryzoborus angolensis - de origem tupi, seu nome significa "amigo do homem". Dispõe de bico forte, curto de cor preta, capaz de quebrar as sementes mais duras, especialmente semente do capim navalha, base de sua alimentação, completando sua dieta com insetos. Habita normalmente áreas nas proximidades de lagos, várzeas e rios.


GATURAMOS: Tanagra violacea Linnaeus - também conhecido pelos nomes de Tietê e Bonito, sua dieta é composta por frutas (laranjas, goiabas e bananas) e insetos. Apreciam os frutos da planta erva-de-passarinho, que são facilmente encontradas nas copas dos ipês, árvores comuns no cerrado e também nos centros urbanos. 


GATURAMOS-VERDADEIROS: Euphonia violacea - hábil imitador do canto de outras aves como do gavião (Buteo magnirostris), do sabiá-laranjeira (Turdus rufiventris), da andorinha-serradora(Stelgidopteryx rufficollis) e o pardal (Passer domesticus). Basicamente, sua dieta restringe-se a frutos de epífitas, parasitas, bromeliáceas e cactáceas, embora possa incluir alguns artrópodes na sua alimentação.



JOÃO DE BARRO: Furnarius rufus - utiliza habilmente o barro misturado com fibras vegetais, capim, pêlos e estrume para construir sua casa no alto dos postes de iluminação e dos galhos de árvores em regiões urbanas e campestres. É na vegetação baixa, onde pode caminhar, que ele busca insetos, larvas e artrópodos em geral para compor sua dieta.






PAPAGAIOS: seu bico forte e encurvado para baixo é apropriado para quebras sementes duras e coquinhos. Frutos, sementes, brotos, flores e, eventualmente, insetos que estão nas frutas fazem parte de sua dieta na natureza.





PAPAGAIO-CHARÃO: Amazona pretrei, ave típica do sul do Brasil, aprecia o pinhão, semente da araucária (Araucaria angustifólia).







PARDAL: Passer domesticus - encontrado facilmente em áreas urbanas, pode construir seu ninho no oco de alguma árvore, no beiral de telhado ou outra saliência. Sua dieta variada consiste em sementes, insetos, frutas e restos alimentares como migalhas de pão.






PÁSSARO-PRETO: Gnorimopsar chopi - dieta composta por sementes, frutos de pessegueiro, ameixeira, romãzeira, mangueira, pitangueira, uvaia, goiabeira, jabuticabeira, araçazeiro, amoreira e figueira, incluindo principalmente cocos do buriti.





PICA-PAU: com bico forte e apropriado para lascar o tronco das árvores à procura de alimento, normalmente come larvas de insetos e alguns insetos, mas prefere besouros.
Uma espécie de pica-pau do gênero Celeus, de pelagem amarelada com pontos pretos visita as flores vermelhas da árvore conhecida como anani (Symphonia globulifera), cujo tronco solta um látex de um amarelo intenso, para procurar por insetos.



PINTASSILGO: Carduelis magellanica icterica - é o mais comum. Com seu canto longo e repicado estimula o canto de todos os outros pássaros ao seu redor. É encontrado em ambientes variados como brejos, capoeiras, pastos, pomares, florestas ralas, pinheirais. Sua dieta consiste de vários tipos de sementes de capim, de assa-peixe, dente-de-leão, além de apreciar as flores dos eucaliptos e os insetos que vivem nos pinheirais. Em proximidade de áreas urbanas aprecia sementes e pequenos frutos secos, de revestimento duro, além de frutas encontradas em pomares.
POMBOS: Columba livia - o pombo-doméstico, comum de ser encontrado na cidade, é uma ave mansa que vive em parques, praças e principalmente em beirais de telhados residenciais ou comerciais, onde nidificam. Sua alimentação é variada, aproveitando todos os recursos que o ambiente oferece. As pessoas costumam atraí-los com sementes de milho e migalhas de pão. Apreciam também os frutos maduros de chumbinho (Ligustrum japonicum), planta muito utilizada na arborização urbana. Devido a grande oferta de alimento, a população tem crescido muito, ocasionando transtornos como sujeiras provenientes de suas fezes que podem transmitir muitas doenças.

QUERO-QUERO: Vanellus chilensis - pode ser encontrado próximo das áreas urbanas, fazendo seu ninho camuflado no chão de gramados, utilizando folhas secas, não hesitando em atacar quem por perto passar. Alimenta-se de insetos e outros artrópodes capturados no solo.










ROLINHA: Columbina talpacoti - habita áreas com plantações, campos abertos e os centros urbanos, onde é muito comum. Constrói o ninho em arbustos utilizando gravetos. Sementes de gramíneas e de pequeninos frutos apanhados do chão fazem parte de sua dieta. Em ambientes urbanos sua alimentação é variada, nutrindo-se de sementes e outros alimentos encontrados à disposição naquele ambiente.


SABIÁ-LARANJEIRA: Turdus rufiventris - seu canto longo e melodioso semelhante ao som de flauta, serviu de inspiração a alguns poetas. É encontrado tanto no campo quanto na cidade. Por estar muito próximo ao homem, sua popularidade o tornou símbolo representativo da fauna ornitológica brasileira e foi considerado popularmente a Ave Nacional do Brasil através de decreto federal. É muito comum encontrá-lo andando pelo chão capturando invertebrados, mas sua dieta consiste basicamente em frutos de pitangueiras (Eugenia uniflora), figueiras-benjamim (Ficus microcarpa), palmeiras como o jerivá (Syagrus romanzoffianus)e a seafórtia (Archontophoenix cunninghamiana) e amoreiras (Morus nigra). Ele costuma visitar comedouros para comer frutas (mamão, banana, laranja) e pão que são ofertados pelo homem.

SAÍRAS: - O canto da maioria das saíras é inexpressivo e podem ser encontradas principalmente em árvores floridas ou ricamente frutificadas. 
SAÍRA-AMARELA: Tangara cayana - habita matas abertas e ciliares, áreas cultivadas, parques e jardins, freqüentando árvores com frutos maduros, como a aroeira-vermelha(Schinus terebinthifolia) e magnólias (Magnolia spp) e completa sua dieta com insetos cupins e vespas.


SAÍRA-PARAÍSO: Tangara chilensis - vive na mata, sobretudo na área de várzea.







SAÍRA-SETE-CORES: Tangara seledon - ameaçada de extinção como espécie vulnerável é uma ave lindíssima por ser multicolorida. Costuma fazer seu ninho em bromélias que podem estar no tronco de palmeiras como, por exemplo, a da palmeira-imperial, cujos frutos são apreciados.


SANHAÇO-CINZA: Thraupis sayaca - pode ser encontrado em áreas rurais e nas cidades, especialmente em bairros bem arborizados. Utiliza buracos de árvores para fazer o ninho, especialmente os de coqueiros. Freqüenta principalmente árvores frutíferas como pessegueiro, pitangueira, ameixeira, romãzeira e comedouros onde são oferecidas frutas como mamão, banana, laranja entre outras. Aprecia os frutos de figueiras (Ficus carica, F. microcarpa, F. elastica), amoreira (Morus nigra) e embaúba (Cecropia sp.) e come as pétalas de ipê-amarelo (Tabebuia sp.)Alimenta-se ainda de néctar de flores de eucalipto (Eucalyptus sp.) e mulungu (Erythrina).


TICO-TICO: Zonotrichia Capensis - seu nome veio do pio: "tic...tic. Habita paisagens abertas, campos de cultura, fazendas e jardins. Conhecido como irrequieto, devido ao modo como captura alimento no solo por meio de pequenos. Sua dieta é composta de sementes, muitas vezes, extremamente amargas e de insetos. É considerado útil ao homem por alimentar-se de larvas daninhas encontradas em hortas e ao Chopim (Molothurs bonariensis) a quem serve de ama seca.



TUCANO-TOCO: Ramphastos toco - é uma espécie onívora, alimentando-se basicamente de frutos e sementes, de insetos, ovos de outras aves e dos filhotes destas caso lhe falte alimento. Vive em bordas de matas e freqüenta os palmitais em busca de seus frutos. Seu bico é leve e oco, porém muito resistente, proporcionando pular com facilidade os galhos das árvores e apanhar delicadas frutinhas.





TUCANO-DE-BICO-VERDE: Ramphastos dicolorus - habita áreas florestadas, do litoral a zonas montanhosas, incluindo as florestas de planalto. Sua alimentação é variada: frutos, artrópodes e pequenos vertebrados. Entre os frutos apreciados pelos tucanos estão os de várias palmeiras como o palmiteiro (Euterpe edulis), o jerivá (Syagrus romanzoffiana) e a palmeira-elegante (Archontophoenix cunninghamiana). Completa sua dieta comendo aranhas e insetos como lagarta, cigarra, grilos.




TRINCA-FERRO: Saltator maximus - seu nome é devido ao canto alto e estridente que vocaliza. Habita bordas de matas e clareiras, tanto nas baixadas como nas montanhas. Pode ser visto também em pomares alimentando-se de frutas.





Referências bibliográficas: Lorenzi, H.; Souza, H. M. 2001. Plantas Ornamentais no Brasil: arbustivas, herbáceas e trepadeiras. 3ª edição Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 1088p.
Raven, P. H.; Evert, R. F.; Eichorn, S. E. Biologia vegetal. 6ª edição Rio de Janeiro: Guanabara Koogan., 2001. 906p. 
Rogrigues R.M. e Coutinho L.M. 1993. Interações entre plantas insetos e outros seres. Ed. Cultrix, vol.2, 400p. Sick, H. (1997) Ornitologia brasileira. 2a. edição revista e ampliada por José Fernando Pacheco. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 
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http://portal.prefeitura.sp.gov.br/secretarias/meio_ambiente/servicos/herbario/001 http://portal.prefeitura.sp.gov.br/secretarias/meio_ambiente/fauna_flora/fauna/0001 http://www.bibvirt.futuro.usp.br/especiais/aves_no_campus/aves_ordens.html http://www.faunacps.cnpm.embrapa.br/ave/ave.html











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