sexta-feira, 4 de julho de 2014

Wicca – Cultura e tradição (parte 1)

Para quem acredita em seres invisíveis, espíritos, ou outros nomes que caracterizem algo que de alguma forma vai contra a nossa realidade existencial, este é de certo um assunto que pode interessar.

Laurie Cabot - A bruxa mais famosa do mundo
Bruxas e Magos
“Algumas pessoas perguntam a diferença entre bruxas e magos. Antigas  tradições de magia hermética chamavam seus adeptos de magos, considerando o termo um diferencial do mágico ilusionista e do mago popular, a quem chamavam bruxo. Um outro termo que também foi usado para definir o praticante de magia era magista. Os praticantes da Arte eram membros da alta sociedade, indicados por um padrinho. Assim, houve um afastamento da magia natural e da antiga considerada tradicional. Eu sei que é desagradável, mas vamos ter que falar de separatismo social, diferenças de classes e tudo o mais, para entender um pouquinho o porquE dessa separação. A Alta Magia, poderosíssima, em todos os seus aspectos, sempre foi uma magia cara. Seus elementos incluíam ouro, prata, platina e pedras preciosas. Lembro de ter rido por uns 15 minutos ao ler sobre um ritual para a prosperidade onde era preciso ter um anel de ouro encrustado com um rubi.Se você está procurando a prosperidade, deve ser porque ainda não encontrou, então onde você vai arrumar uma jóia desse valor? É claro que eu não imaginava que pessoas que já são prósperas também fazem rituais para conseguir mais prosperidade. Assim, o mago solitário era raro. Os conhecimentos da Alta Magia eram passados apenas para iniciados, que só entravam numa congregação ou confraria de magos, mediante apresentação e indicação de um membro. Se você fosse pobre, era bom que tivesse algum tipo de talento e tanto para justificar tal investimento de confiança em você. Se você, além de pobre, não tinha talento para nada, esqueça.

É claro que muitas pessoas tinham outras preocupações que podiam até não parecer para os magos de ambições elevadas, mas eram muito importantes para elas. Então, uma mãe que quer curar a febre do filho, um homem que deseja conquistar uma mulher ou fazer chover em sua plantação também faziam seus rituais e encantamentos mágicos. Como os conhecimentos eram passados livremente, não havia nem necessidade de criar uma associação ou coisa parecida. Feitiços eram trocados como trocamos receitas hoje em dia. Depois da Inquisição, a coisa mudou de figura, mas até então, os bruxos eram considerados apenas magos pobres.
Merlin - O mago mais famoso 


Como as duas classes sociais praticamente não se encontravam, os mitos e boatos em torno de cada facção, proliferavam. Para os altos sacerdotes, os bruxos não passavam de pessoas ingênuas realizando corruptelas de feitiços verdadeiros e, se funcionavam, era porque tinham dado sorte. Para os bruxos, os sacerdotes eram engomadinhos que não mereciam atenção, pois tinham mais pompa que real poder (isso quando chegavam a ouvir falar deles, já que as confrarias eram extremamente discretas).

Realmente, muitas pessoas não tinham a menor ideia do que estavam fazendo. Seguiam a receita e aguardavam resultados. Daí vieram as simpatias, corruptelas de antigos feitiços que são passados através dos tempos entre o povo. Muitas dessas simpatias mantiveram o poder mágico, mantendo pouco alterados seus ingredientes e sua forma de execução. Outras perderam completamente o valor através do “telefone sem fio”, virando até outra coisa completamente diferente.

Nesse ponto, os altos sacerdotes possuíam um diferencial. Como estudiosos, detinham-se no porquê das coisas e sabiam que tipo de ingrediente podia ser usado ou substituído, em que horário e circunstância deveriam realizar tais feitiços e quais entidades poderiam invocar com segurança. Nem todos os bruxos se dedicavam tanto assim aos estudos. Muita gente se contentava com resultados. Se você bota o milho dentro da panela e ele vira pipoca, dane-se como isso aconteceu. O importante é que a pipoca esta quentinha e o filem já está começando. Saber é bom, mas toma um tempo e às vezes é bom só curtir um pouquinho as coisas da vida. Bruxos eram conhecidos não por seus rituais, mas por festas com fogueiras, comida e música. Eram chamados sabás, e como as pessoas comuns, acostumadas a rituais formais na igreja, não sabiam o que era, diziam que era coisa do demônio. Mas aí veio a Inquisição e aquela mania chata de fazer churrasquinho das pessoas esquisitas, mal amadas, invocadas, epilépticas, antipáticas, bem-sucedidas demais para o padrão do povoado e até uma ou outra bruxa distraída que deu mole e foi parar na fogueira para deixar de ser mané. Com isso, as confrarias ficaram mais na moita ainda e nenhum mago foi levado à fogueira (pelo menos, até onde pesquisei) e os bruxos de verdade usavam seus dons e sapiência para sair correndo antes ue o bicho pegasse.

Hoje, sempre me refiro em minhas publicações a bruxas e magos, reconhecendo apenas uma leve diferença entre eles. Um bruxo pesquisa tudo e adere geralmente ao lado mais natural da magia. Ele tira de seu ambiente o que precisa para realizar seus feitiços e encantamentos. Um mago também estuda, mas se utiliza mais de rituais, cerimonias, metais e pedras preciosas para seus encantos, embora não deixe de utilizar ervas, incensos e tudo o mais. A indumentária do mago pode ser bastante formal, como todo o procedimento de suas magias. O bruxo é mais natural, mais espontâneo e bem menos formal.”

fonte:Colecção Wicca, editora Escala, Wicca – A Magia Hoje, Eddie Van Feu

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