segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Renascença Musical (século XVI)

A Renascença Musical, propriamente dita, desenvolveu-se na segunda metade do século XVI, continuando, até meados do século XVIII, com Bach e Haendel no seio de uma sociedade aristocrática que se centraliza na França, na Itália, Na Inglaterra e na Alemanha. A evolução camerística será ressaltada, porém sua origem é dada como verdadeira somente no século XVII. No conceito histórico desta época a música possuia três estilos: Sacro, Dramático e Profano.
A música sacra era executana nas igrejas;
A música dramática, nas casas de ópera;
A música profana, em salões nobres destinados aos reis, príncipes e aristocratas.
No caso da música profana instrumental (solista ou em grupo), vocal pura (isto é, sem acompanhamento instrumental) e acompanhada como música camerística, para o seu desenvolvimento, dois fatores contribuíram:
1-A evolução das formas musicais como: a Canção, o Moteto, a Dança, o Madrigal, a Suíte, o Concerto e a Sonata como ponto culminante;
2- Os saraus organizados nas câmaras reais ou da alta nobreza onde a elite se reunia para apreciação da música.
Na França, a música da sociedade aristocrática era a "Chanson" cujo mestre era Clement JanneQuin (1475 a 1560); na Itália era o Madrigal (canção a 4 ou 5 vozes, cantadas por damas e cavalheiros) sem acompanhamento para o qual, mais tarde, foi admitido o Alaúde; o Madrigal é uma espécie de Moteto profano, música que dominava na corte de urbino onde príncipes, literatos e prelados reuniam-se para ouví-la. Na Inglaterra, onde cultivavam, a canção "Song" as composições musicais eram feitas para o Alaúde e para o Cravo. Esse século é designado como a idade do ouro dos estilos: harmônico, polifônico e fugado (em relação às canções que são melódicas, fáceis e suaves). Inicia-se o uso de barras de divisão, de compasso (o travessão) e as figuras da escrita musical que continuam em forma de losango.
Nesta fase a música instrumental pura inicia sua própria vida, com as composições especialmente feitas para o Alaúde, Órgão e o Cravo. É a arte totalmente aristocrática.
Os compositores camerísticos dessa época são:
ANDREA GABRIELI - (Veneza 1510-1586), com a "Tocata no Sexto Tom".
ANTONIO DE CABEZON - (Burgos 1510- Madrid 1566), obras musicais para instrumento de tecla, harpa e viola.
VICENZO GALILEI - (1520 -1591), Livro para o aprendizado de "Liuto".
ORLANDOS LASSUS MONS, (Hainat 1532- München 1594), madrigais.
JACQUES DE WERT (Wert 1535- Mântua 1596), canções e madrigais.
WILLIAM BIRD (Lincolnshire 1543- Essex 1623), compositor inglês de danças aristocráticas e populares. Foi o gênio da Renascença que dominou todos os gêneros musicais, deixando o estilo polifônico para se revelar prematuramente moderno através de suas composições, tanto para o Virginal como para os madrigais.
LUCA MARENZIO - (Brescia 1550- Roma 1589), cultivador da música Elisabetiana. O maior compositor italiano madrigalista.
GIOVANNI GABRIELI- (Veneza 1551-1612) foi inovador, revolucionário de sua época que soube revelar grandes artes polifônicas. Destacam-se entre as suas obras: "Canzoni per Sonar" e "Sonata Piano e Forte", obra essencialmente instrumental constituída de dois grupos de trombones que representam dois coros de vozes humanas, indispensáveis pela sua magnífica substituição e que até hoje são executadas com êxito. Foi um dos fundadores da Escola Veneziana.
CARLO GESUALDO (Nápoles 1560- 1614), príncipe de Venosa, dedicou-se à arte madrigalense de estilo heterogêneo; tanto usava o romantismo, como o cromatismo ou mesmo o atonalismo (iniciado pos Shoenberg somente muitos séculos depois), o que causou surpresa a muitos musicólogos da época. Essa sua excepcionalidade principiava o estilo barroco. Dedicava-se "modernamente" à combinações inebriantes de belos e novos sons. Foi tão extraordinário que Stravinsky (1882-1917) transcreveu em 1960, três dos seus Madrigais para Pequena Orquestra de Câmara), "Beltà poi che t´assenti", "Ascingate Ibegli Occhi" e "Ma tu, cagion di quella".
JOHN BULL - (Somerset 1562- Antuérpia 1628), composições para Cravo, Virginal, Viola e Órgão.
CLÁUDIO MONTEVERDI - (Cremona 1567- Veneza 1643), maestro na corte de Mântua, compositor, além de litúrgico e operístico também madrigalista fecundo destacando-se "Lagrime d' amante al sepolcro dell' amata (1638)".
GIROLANO FRESCOBALDI (Ferrara 1583- Roma 1643). Além de ser o maior organista do seu tempo, dedicou-se ao contrapontismo erudito concentrando-se na forma da Tocata para ressaltar mais a riqueza melódica de que eram dotadas as suas obras, em especial as suas fantasias. O seu pendor polifônico lhe permitia criar a forma do "Ricercare", passo inicial da forma Fuga; compôs Árias, "Canzoni per Sonar (5)", peças para Cravo e Virginal.
JOHN HERMANN SCHEIN (Saxônia 1586-Lipzig 1630), é o alemão que se destaca com sua composição "Banquetto Musicale" feita em 1617, para ser executada especialmente durante um banquete na corte. Esse compositor foi um dos primeiros que teve a ideia de reunir, uma pequena obra, várias danças da época, estilizando-as: era uma Suíte com "Sarabande", "Gigue", "Gavotte", "Bourré", "Minuet", "Alemande", "pavane" e outras. As sua suítes possuiásm uma técnica instrumental bastante desenvolvida e possuíam sentimento folclórico.
GIOVANNI BATTISTA FONTANA (1571-1630), com ele surge pela primeira vez a forma essencialmente camerística: Sonata. na Itália dominava a música instrumental para o Alaúde , o Cravo, a Guitarra, a Harpa, etc... (polifônicos); na Inglaterra destacavam-se o Alaúde e o Virginal. Os agrupamentos instrumentais eram definidos por pequenos conjuntos, para os quais os compositores compunham de acordo como possuíam á mão o número de instrumentos ou instrumentistas. Aparece nessa época a Tríade Tonal (base da tonalidade e da harmonia). Com o aperfeiçoamento do Violino, cuja forma definitiva foi dada nesse mesmo século, sugem composições para isntrumentos de arco (viola, violoncelo, violino e outros). A Música de Câmara não tem forma, propriamente dita, porque além de poder tomar todas as formas, é a música escrita para um pequeno número de instrumentos. De início a forma especialmente adotada com predileção foi a Sonata, forma mais simples de música instrumental, para ser executada por Violino ou eventualmente por Violoncelo, surgindo em oposição à Cantata. A princípio, a Sonata possuía as mais variadas formas, sem modelo fixo; era formada por várias partes, constituídas numa simples evolução sobre o tema. Denomina-se Tocata, quando escrita e executada por instrumentos de teclas (o Virginal e o Cravo).

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